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Albert Tannat

Albert Tannat nasce nos altos Alpes Suíços e durante a sua vida adulta navega entre os mares do norte como marujo. Deserta de uma dessas embarcações em Tanger, Marrocos. Aqui decide ficar longos anos, onde se confronta com as entranhas dos animais e os cheiros intensos das ruas sujas e poeirentas. Encontra a plasticidade do mundo: as cores, os corpos suados, os sabores intensos. Cria memórias de sítios fantasiosos e de loucura, começando desta forma, a plasmar pictoricamente toda a realidade que o envolve.

“(...)acabou por ficar a viver numa loja que rapidamente transformou em sua casa. Casa que mais tarde casa/atelier, pois nesse momento que começa a pintar, materializando o que vive e o que sente. Com uma loja alugada na rua dos matadouros de Tanger, a carnificina foi sempre uma presença. (...)”; ”(...)aqui que Tannat se cruza com o mundo do boxe. Entrando em meios restritos, ambientes duvidosos e viris, re-encontrando memórias em ringues ilegais, criando fantasias em noites de loucura, em armazéns abandonados, em ambientes opiáceos, de fumos e de pó . Onde as visões se transformam em duelos híbridos e primitivos, onde o cheiro da carne é tão FORTE, que desmaia numa embriaguez de corpos transmutados e empoderados num ringue de boxe. Acorda rodeado de palmeiras. Inicia um processo de pintura adicto.”

Excerto de texto por Mariana Frazão (2021)