0

Pesquisa

A artista Maria Castel-Branco é presença habitual no nosso espaço, as suas peças, de diferentes linguagens, expressam a sua criatividade sempre de forma singular e delicada.

Foi em multimédia e design gráfico que iniciou o seu percurso profissional, a sua vontade de se expressar de forma plástica surge através do seu hobby de cake design, através do qual inicia a modelação dos materiais, que mais tarde se converte na escultura em cerâmica.

As suas peças são atemporais e únicas, revelando as imperfeições naturais do trabalho manual, que de certa forma as tornam ainda mais especiais.

A coleção que desenvolveu tem como nome “Diálogos” e explora a sua relação íntima com o barro.

“De todas as linguagens que conheço, a dos símbolos é a que melhor domino. É um universo. Um verso universal. Onde todas as interpretações são possíveis. Cresci no meio de símbolos e posso garantir que há uma imensidão nesta minha língua-pai.

Este desafio da Pura Cal levou-me a conversas íntimas entre mim e o barro, que resultaram neste simbolizar o que de mais romântico e de mais pragmático existe em mim.

Entre formas mais redondas ou mais rectas, as peças da colecção Diálogos encontram-se nesta minha dicotomia. Aqui, nada se perde na tradução.”

Maria Castel-Branco

Conversámos com a Maria sobre esta coleção, que nos revela que por vezes se torna difícil separar-se das suas criações.

 

Após alguns anos de colaboração existe uma sinergia particular entre a Maria e a Pura Cal, a coleção “Diálogos” nasce do desafio lançado pelo João Vilela para criar algo especial para a LISBON DESIGN WEEK. O que a inspirou para criar estas peças?

Sim, eu e o João, depois destes anos todos de trabalho, somos mais amigos do que parceiros. Conversamos muito. Sobre tudo…e foi nessa química e nessas conversas, entre mim e o João, e entre mim e o barro, que me inspirei.

 

Fala-nos de símbolos e sobre a possibilidade de serem interpretados de diferentes formas. Para si, o que significam estes símbolos que encontramos nesta coleção?

Significam conversas, desabafos, referências de infância, formas directas e indirectas de comunicar. Significam toda uma linguagem com que cresci e sempre entendi e utilizei.

 

As suas peças falam sempre a mesma língua?

Não sei se falam sempre a mesma língua, mas tentam transmitir sempre o que sinto e como sinto. Mas, sim, a linguagem dos sentimentos é constante nas minhas peças.

 

Quais são as etapas habituais do seu processo criativo?

Quando me lançam um desafio fico algum tempo a pensar no tema. Escrevo frases, aponto ideias, começo a desenhar mentalmente, até que um dia passo para o papel. Desenho as peças a pincel e depois o pincel passa a ser as minhas mãos.

Apresento uma proposta que é meramente ilustrativa, só para dar uma ideia, um conceito do que vou fazer. Desenvolvo as peças, namoro-as. Quando chego à decisão da cor certa, vidro-as, fotografo-as e estão prontas. Muitas vezes fico com elas mais uns dias para me conseguir desapegar delas.

Depois espero que façam sorrir o cliente, tanto quanto me fizeram sorrir a mim.

Encontre AQUI todas as peças disponíveis da artista.