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No âmbito da 3º edição do PORTUGAL HOME WEEK, que teve lugar no passado dia 16 de Junho, o nosso Director Criativo Arq. Tiago Patrício Rodrigues integrou o painel que debateu o tema que deu o mote a este evento, “PROJECTANDO A CASA DO FUTURO”.

A conclusão óbvia seria dizer que o futuro da casa é tecnológico, mas será esse o único caminho? Não será esse um caminho desprovido de emoção, memórias e singularidade, se não for complementado por algo mais?

Foi esta a reflexão que levou Tiago a interpretar os sinais do presente que nos indicam um caminho alternativo no qual se destacam os seguintes conceitos:

BEM-ESTAR, CONFORTO, ESTÉTICA, INDIVIDUALIDADE

O ÚNICO, O DIFERENCIADOR, O ESPECIAL

No que diz respeito a realidade nacional diz-nos que existe uma forte tendência de mudança, alavancada por diversos factores, mas sobretudo pelos “…novos ventos e visões que vêm de fora e se instalam um pouco por todo o país, no comércio, na indústria e sobretudo na habitação, onde o novo, o original e o especial são cada vez mais presentes.”

 

Referes a relevância da individualidade, do único e especial, certamente o trabalho de autor terá um peso significativo quando pensamos em criar ambientes com estas características?

Sim, o DESIGN AUTORAL é uma expressão muito difundida no Brasil, mas pouco usada em Portugal, que exprime a ideia do autor e da sua importância no desenvolvimento do design, a unicidade do projecto e da obra em si, a exclusividade e diferenciação do design.

Foca-se sobretudo na ideia conceptual da criação de uma estética única e especial que se possa reconhecer como uma linguagem formal.

Caracteriza-se pela introdução um forte pendor artístico e estético no desenvolvimento de novas ideias e na criação de conceitos especiais, com novas formas de olhar. Prendendo-se assim, distanciar da massificação e do consensual para criar emoções.

E este é o ponto, que me faz acreditar que o Design Autoral é a resposta à casa/espaço do Futuro, a EMOÇÃO.

Se pensarmos bem, vemos que a massificação de conceitos e produtos, num mundo totalmente globalizado, tem vindo a subtilmente apagar a individualidade, a retirar alma e emoção.

A criação de emoções será o futuro, e no Design também já o é! Hoje cada vez mais há procura por peças “emocionais”, pelo artesanal, pela manufactura, pelos materiais naturais, pela sua unicidade, pelo seu tempo, pela sua história, pelas suas singularidades e defeitos, mas sobretudo pela sua alma. E não é apenas uma questão de moda ou ambiente, é um movimento sociocultural.